sábado, 7 de março de 2015

Sem Tempo

Números. Conto os minutos e o tempo está parado. Quanto tempo me resta? Corro e corro nesta longa estrada que não vai a lado nenhum. Conto as horas, o relógio congelou. Quanto tempo já passou? Não importa, enquanto ainda aqui estiver é porque ainda me resta tempo, tempo para respirar mesmo não respirando. Tempo. Tempo para viver a vida que não tenho. Um, dois, três segundos. Perco o ritmo, perco o tempo. Perco aquilo que nunca tive, perco o que não há para perder. Aqui estou. Aqui permaneço. Conto e conto. Tempo parado que não pára. Ainda há tempo. Não muito. Não muito mais para dizer, não muita mais vontade de ficar. Perdi o nexo, perdi a noção. Fugiu-me, fugiu. O tempo não pára, não corre, ele voa e não tem asas. Os ponteiros deste relógio, onde estarão eles? Que aqui não estão. Deviam de estar no seu devido lugar que é dar tempo. Sinto um sufoco. Sinto um aperto. Sinto-me cair. Fiquei sem tempo. Adeus.













1 comentário:

  1. Adorei o texto! Parabéns!
    Segui o blog. Espero ver-te pelo meu em www.mariajoaogc.blogspot.com
    Beijinhos,
    Mary

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