quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Será de ti o mesmo de mim?

E se a vida for demasiado curta para conter a verdade? Derrotarias comigo essas barreiras que nos impede de seguir em frente?  E se a verdade for tão crua e dura como aquelas mentiras que ousas esconder? Desvendarias esses mundos desconhecidos meramente para ter-mos o prazer de nos conhecer de novo? Quantas voltas darias apenas para voltar ao começo? Sei que não é fácil ver a profundidade do que somos quando nos sentimos à superfície. Será que o fundo do que somos é tão nítido quanto aquilo que pensamos ver? Essas águas de ti que desaguam no meu corpo, que vão e voltam apenas para ter aquele gosto do meu corpo de novo e outra vez. Montanhas de mim que insistes em escalar para chegares ao topo daquilo que sou e mergulhares naquilo que outrora fui. Oceanos longínquos que tocam o horizonte dos nossos desejos impossíveis de alcançar, num encontro tão poderoso quanto àquele que acontece entre nossos olhares. Será de ti o mesmo de mim? Preso a mim como eu estou acorrentada a ti? Livre do mundo e prisioneiro de um mundo que escolheste te prender. Mundo de nós dois. Eu e tu. Seremos capazes de fugir das sombras que nos consomem apenas para tocarmos as luzes que sonhámos. Seremos capazes de parar e parar para observar tudo o que construímos até aqui, sem nunca parar de sonhar e sem nunca desistir de construir mais uma vez tudo aquilo que somos juntos. Agora, diz-me. Será de ti o mesmo de mim? 

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