domingo, 31 de julho de 2016

Parágrafo


Vem, deixa-me sentir-te. Tenho-te como se tivesse o mundo. O calor que nos procura, está entre a nossa pele que se toca e se encontra num respirar. Compassa o meu respirar por favor. Deixa-me procurar-te. A vida é tão pouca quando não te tenho. Agora que me tens, sei que te tenho.
Consome-me, bebe de mim a falta que te tenho. Sei que me encontrarás, talvez na ponta da tua língua, na palma na tua mão. Estás a sentir? Sente-me como se procurasses vida em mim. Sobrevive de mim. Procura-te em mim. Já te encontras-te? Agora vê-me. Lê-me nesse teu livro que é a tua pele. Cada letra, uma mão que te desliza. Cada frase, um beijo que te atravessa. Agora, lê-me em ti. Lê-me em ti que agora dei um parágrafo. Vem, deixa-me sentir-te.