quinta-feira, 30 de abril de 2015

Nunca pensei

Nunca pensei que um dia poderia querer afogar-me num abraço teu, mas hoje eu quero. Quero perder-me nos teus braços, sorrir-te e sussurrar-te ao ouvido o quanto te amo. Nunca pensei querer acordar durante a noite só para te ver respirar enquanto dormes, ficar a olhar para ti descansado no teu quinto sono. Nunca pensei que amaria desta forma, com tamanha a força que me derruba de uma maneira que nem consigo explicar. Nunca pensei que fosse doer tanto, não te ter a meu lado para partilhar um beijo quente de manhã quando te acordo e digo bom dia.



Mal posso esperar pelo dia em que chegas a casa e me apertas com aquele abraço que só tu sabes dar, matar as saudades do tempo que aguentei a tua ausência. Um dia te chamarei de marido e ficarei eternamente feliz pelo dia que me chamares de tua mulher.









sábado, 25 de abril de 2015

Surreal

Porque não vens mais perto? Fica mais perto de mim. É quando anoitece quando mais dói não te ter aqui. Deito-me na minha cama e penso. Nunca nada foi tão perfeito. Desculpa, tive de admitir. É surreal, tão impossível, um sonho. Será isto tudo real? Não consigo acreditar ainda. Não acredito em ti. Não acredito em nada disto. Só pode ser uma alucinação qualquer, num desejo de te ter aqui comigo, mais perto, mais perto de mim.

Fazes-me estremecer. Ao mesmo tempo que fico sem respirar sinto-me ainda mais viva. Como consegues fazer isto comigo? Eu perco-me em tudo o que faço e deixo-me ir, sem pensar, deixo-me ir. Sinto-me uma parva apaixonada. Um parva apaixonada mas tão feliz. Ainda assim, não acredito em nada disto. 

Existes mesmo? Como pode existir alguém assim? Alguém assim tão eu. Por onde tens andado este tempo todo? Porque não te sonhei mais cedo? Porque não vens mais perto? Fica mais perto de mim.
































sábado, 18 de abril de 2015

Chamam de amor


Eu caio sem me afundar,
Nesses teus braços que apertam a vontade de um beijo
Fogo que arde aqui dentro,
Chama que sobe mais e mais na vontade de respirar mais um olhar
Vida que corre dentro do peito,
Borbulha o sangue ao sentir o teu sangue borbulhar,
Dizes-me sem dizer,
Que o mundo é nosso quando o vivemos assim,


Perdendo-nos num calor de aquece a alma,
E a vontade de mergulhar mais fundo neste aperto
Que aperta sem se perceber,
Que estamos mais perto de ter tudo aquilo que chamam por aí,
Tudo aquilo que chamam de amor.






quarta-feira, 15 de abril de 2015

Fui eu

És perfeita e eu amo-te. Não sei, acho que o mundo me correu o corpo e ainda foi dar uma volta ou duas ao universo. Perdi a noção do que estava a fazer e comecei a sorrir que nem uma parva. Não sei, o meu coração pareceu querer fugir-me do corpo e querer ir ter contigo, esperneou desalmadamente se queres que te diga, mas consegui agarrá-lo e guardá-lo aqui dentro onde deve estar. Apaguei o sorriso, digo-te. Apaguei aquele sorriso tolo e idiota da cara e respondi-te na maior das calmas. Sem que desses conta do facto de eu ter caído completamente nos teus braços. A medo, confesso. A medo confiei em ti e entreguei-te todos os meus medos como um pedido para que os atenuasses com o amor que me querias dar. Acreditei em todas aquelas frases bonitas, sabendo eu que eram meramente frases bonitas e mais nada senão isso. Rapariga parva, admito. Nunca pensei cair sabendo eu que ia cair. Estava a caminhar para um abismo, sabia da existência dele, sabia que ia cair bem fundo, mas na profundeza do que sinto, estupidamente acreditei que nunca fosses capaz de me ter empurrado para ajudar a cair mais depressa. Sabia que era tudo mais uma mentira, mais uma forma de me enganar, mas deixei. Fui eu e não tu, fui eu e não tu que me fez cair. Atirei-me completamente para aquele abismo. Fui eu e não tu.


sábado, 11 de abril de 2015

Duas almas

Disseste-me que sim e eu acreditei em ti.
A tua voz percorreu-me o corpo como uma chama ardente,
Não posso negar que estremeci por um segundo,
De mãos dadas a um louco desejo,
De que um nós se afogasse num calor que nos arrepia.
A pele que nos toca na saudade de estar mais perto.
Nos perdemos assim,
Num olhar que nos unia e vencia a ambos,
Não podíamos negar a verdade que nos foi desvendada e dada,
A um imenso segredo revelado entre nós,
Não haveria mais nada ali,
Apenas duas almas que partiram juntas à descoberta.






quarta-feira, 1 de abril de 2015

Perplexa

Fico perplexa. Fico distante. Vejo-te de longe e as memórias correm-me a mente como se não me restasse mais nada. Fico perplexa. Mal olho para ti mas não esperei muito tempo até ir embora. Um massacre à alma ficar olhar de longe para uma pessoa que de tudo me significava passou a um nada ( ainda me é tudo, finjo e escondo até de mim mesma o significado que ele tem para mim). Fico perplexa. Ao andar, ao fugir de ti, olho para trás uma última vez. Um ultimato que faço a mim mesma: Vais ou ficas? Não podia lançar uma palavra, nem voz tinha para falar, nem coração tinha para sentir ( fugiu de mim assim que te vi, correu para ti e eu não consegui agarrá-lo e dizer que não. Foi mais forte que eu). Vais ou ficas? Sempre a mesma pergunta a rolar na minha cabeça e eu nem parei um segundo. Continuei a andar, não na direcção dele. Limitei-me a fugir, limitei-me a ir embora. Fiquei perplexa. Com medo fugi. Com medo perdi a única oportunidade que tive para dizer que te amo e que ainda te quero comigo.
















Nunca

De mente vazia
(Mais nada do que tu no pensamento)
Corro pelas linhas das tuas palavras
(Aquelas que me dizias de segredo ao ouvido)
Fui tão longe para te poder alcançar.
A vida mói por vezes e a dor é inevitável
(Como aquela que sinto quando estás longe).
Foi sempre assim tão difícil?
(Escondo-te que é difícil sentir a tua ausência)
A cama está vazia e tão fria
(Inconscientemente, o meu corpo procura o calor do teu)
Nunca um quarto se sentiu tão escuro e frio.
Nunca uma vida se sentiu tão sozinha e dolorosa
(Nunca, até ao momento em que partiste e disseste: "Adeus". )


Solitária

Tiveste que ir, eu sei.
Mas a tua ausência corta-me a alma,
E as feridas são cada vez mais profundas
(Espero, que voltes e que faças parar esta dor) 
Fico a olhar pela janela e vejo-te nas sombras,
Vejo-te nas formas e em todas as esquinas da rua.
Vejo-te onde não estás ( Esperando que estejas numa esperança adormecida no tempo)
Sei que não voltas, sei que se voltares não ficarás.
(Nos confins da minha mente chamo por ti.)
O silêncio é o maior ruído para mim neste momento,
Só poderia acalmar ouvindo a tua voz.
Por vezes ouço-te entrar pela porta. ( Partidas que a minha mente me faz.)
A saudade aperta cada vez mais, as feridas ardem cada vez mais.
Ficarei nesta solitária, esperando por ti ( ou uma ilusão de ti)
Em tão pouco me perdi, tanto de mim que se perdeu em ti.
Ficarei nesta solitária, mais nada me resta aqui.



Luto

Parece que por vezes vou enlouquecer. Tantos pensamentos e nem os consigo controlar. Sento-me no chão com as mãos a agarrar a cabeça, desesperada, peço a essas vozes para irem embora. Essas vozes, dizem que a culpa é minha, que a culpa é toda minha e vou ser sempre a culpada por estar sozinha. Elas dizem, que não valo nada, que não sei fazer nada bem, que não sirvo para nada. Eu não quero acreditar nessas vozes, não quero ouvir mais estes pensamentos. Fantasmas, monstros que guardo dentro de mim, assombram-me em tudo o que faço, destroem tudo aquilo que sou. Mais uma vez, essas vozes dizem que sou fraca, que não pertenço a este mundo e eu mais uma vez vou fugindo dessas palavras, mas no fundo, deixo-me arrastar, deixo-me afundar por tudo aquilo que me assombra. A minha cabeça e a minha alma, estão assombradas por essa escuridão. Aqui, sentada no chão, grito no silêncio que quer falar. Estou de luto, de luto de mim mesma. Tudo o que havia em mim se perdeu, tudo aquilo que era simplesmente, morreu. Perdi o controlo de mim mesma, perdi o controlo dos meus pensamentos. Já nada me pertence. Sou eu que pertenço às sombras desta escuridão.


Um livro

Sinto o frio arrepiar-me a pele. Sinto o medo arrepiar-me a alma. Sinto-me longe e eu só quero fugir.

 Encurralada por chamas, ouço-te chamar o meu nome e eu não consigo sair daqui, enlouqueço.

Foram palavras que me atingiram em cheio como flechas em fogo, que me ardem, que me queimam as mais profundas memórias daquilo que um dia fui. Vejo-te em todo o lado e mas não estás em parte nenhuma.

Ouço-te em todo o lado mas só há aqui o silêncio. As chamas cercam-me cada vez mais. Vejo-me derrotada por mim mesma. Palavras ditas ao vento para que sejam esquecidas.

 Frases escritas num corpo para que seja lembrado de que um dia um livro fui, e esse livro nunca existiu.