quinta-feira, 30 de março de 2017

Corrupto

Janela aberta, a brisa passa e eu sinto um arrepio. Pergunto-me porque é que por vezes as coisas têm que ser assim, desejar não sentir nada, desejar sentir algum coisa. Eu apenas desejo o bem. O bem para mim e para os outros. Que o mundo seja um lugar melhor. Que a vida seja um lugar melhor. Janela aberta, a brisa passa e eu sinto um arrepio. Não sinto frio. Não sinto calor. Sinto que a luz lá fora já não ilumina a escuridão deste quarto. Não tenho medos nem receios porque o pior que podia acontecer já aconteceu dentro de mim. Gostava apenas de saber com quem contar, em quem posso confiar. Olho a minha volta e tudo parece corrupto, falso. Gostava de poder confiar os meus sentimentos a alguém sem que fossem julgados por mais errados de sejam. Já não sei se sinto com o coração se com a cabeça porque vou a ver e está tudo fora do sitio. Uma confusão e então olho para ele e tudo passa.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Reencontrar

Talvez tenha deixado tanto por te dizer, para te mostrar. Talvez, não tenha sido escolhida para ti, ou apenas não me encaixei em ti como deveria. Uma parte de mim, quer sem medos pertencer ao que és, outra já desistiu de si própria. Eu sei, apenas existe um lugar para nós... onde a distância estaria a nos impedir de chegar um ao outro.  A verdade é que vejo em ti, uma parte de mim que quer continuar a pertencer-te. Por mais que sinta o que possa sentir, perto ou longe de ti, não aguento mais esta falta de mim mesma. Preciso de mim mesma. Poderias voltar para os meus braços e assim me completaria mais uma vez. Perdoa-me. Tenho que seguir o meu caminho, para longe dos braços que um dia foram o meu refugio, para longe da pessoa que um dia foi uma grande parte de mim. Vou-me deixar ir, não por causa de tudo, não por causa de ti, mas por mim. Preciso de mim. Preciso de me reencontrar de novo e assim, talvez um dia, me encontrar ao teu lado.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Racional

Quando queres falar, mas não sabes o que dizer. Então, vais procurando palavras até que chegas à conclusão nem tu mesmo sabes o que estás a sentir ou a pensar. Uma confusão que não consegues arrumar. Um vazio que não consegues preencher. Tentas arduamente esquecer o facto de tu sentes que não pertences aqui mas mesmo assim, o mundo continua a relembrar-te que não existem motivos que te prendam cá. A vida seria mais fácil se não tivesses que sentir. Tentas ser racional e tentar ao máximo racionalizar, mas os sentimentos atrapalham os pensamentos e tudo se transforma numa confusão ainda maior. Neste momento não sei o que estou a sentir, para além de tentar expressar uma vontade que não sei de onde vem, mas sei que é das profundezas do que tento evitar ao máximo sentir.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Instante

Abraça-me como  se o mundo acabasse neste instante. O que te faz falta? A vida já não te sacia essa fome de algo mais. Algo mais do que és e do que tens, mas por favor, abraça-me porque enquanto isso, a vida parece algo mais do que nada, contigo, aqui, perto de mim, a vida parece ser algo mais. Algo mais, mas quero mais. Dás-me mais? mais um instante para te dizer que fazes-me falta e deixa-me também pedir um desejo, num caso de vida ou morte: fica, apenas mais um instante.