quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Existem noites, sabias?

Existem noites em que apenas adormeço no teu respirar. Existem noites em que apenas vivo para me viver contigo. És vida dentro e fora do que sou, sabias? Existem noites em que os pensamentos me afogam em recordações do que éramos, do que nunca chegámos a ser. Vivo o que ainda não vivi, mas vivo para me recordar de ti, sabias?
Existem noites, apenas noites em que o silêncio consome o vazio e a minha cabeça começa a viajar no teu universo, as tuas estrelas eram as mais brilhantes e as mais mágicas, sabias? Mas não era isso que me fazia te amar. As noites apenas aquelas noites em que me pegavas na mão e viajamos pelos teus planetas. Dizias que o mundo iria ser nosso mas antes disso conquistaríamos o universo. Existem apenas noites, mas em todas elas me lembro de ti, sabias?



domingo, 7 de fevereiro de 2016

Gostava


Todo o significado que descodifiquei em cada gesto, gostava que não tivesse sido verdadeiro. Todas as vezes que o nosso olhar se cruzou em cada esquina que passamos por entre os lençóis que cobria a nossa cama, gostava que não tivesse qualquer significado. 

Todas as linhas que fui traçando no teu rosto, buscando cada traço que eu amei de qualquer forma, gostava que não tivesse sido assim.  Amei-te com tudo o que havia em mim, com uma força que apenas existe no que havia em nós. Amámos com tanto fascínio, amámos maravilhados pela vida que havia em nós. Andámos por cordas bambas sem nos podermos tocar, mesmo sabendo que havia em cada um de nós uma proteção qualquer que nos segurava o coração de se partir. Gostava, gostava que não tivesse sido assim. Nada sobrou, apenas as palavras que dissemos naquela despedida silenciosa. Nada sobrou, senão as minhas lágrimas, que chorei no silêncio de um vazio sombrio que conheci quando partiste. Gostava, que tudo tivesse sido nada, mas tudo significa tudo e eu tenho tudo aqui.

 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Quero

Toque a toque, procuro em cada sombra do teu corpo uma forma nova de te tocar. Cada beijo teu, encontro uma nova forma de te amar. Foste tu, és sempre tu que me leva a cada extremidade do que é o prazer. Sinto os teus lábios na minha pele, um arrepio que arrepia tudo o que há em mim. Quero mais, quero mais daquilo que me dás, daquilo que és e do que fazes ser. Arrepia-me mais uma vez, toca-me a cada tocar que o meu corpo te implora. Sente cada torcer e retorcer, cada arrepio, cada calor. Sente o que sinto, que te faço sentir o que sentes.

Doer

Gosto de ver por onde ando, gosto de pisar verdades fixas, não confio em mentiras quebradiças. Não tenho medo que cair porque já aprendi a voar por cima dessas coisas que me derrubam. O frio que eu sinto na minha pele quase me congela, por dentro a minha alma vai sendo pintada com outras cores, já não são as tuas cores pretas e brancas que me consumiam na escuridão em que me fizeste viver. Uma farsa na pessoa que eras, um ódio na pessoa que és. Acabaram as guerras mas não acabou o ódio. Nunca odiei na vida, mas uma coisa que me ensinaste bem foi a odiar-te. Gosto de ver por onde ando, as calçadas que eu piso nunca irás pisar, não sabes o que é dor, mas fazes o que é fazer doer. Doeste-me em mim mas já não me dóis mais.