sexta-feira, 26 de junho de 2015

Êxtase

Olhei para ti e vi ali naquele olhar a mais pura verdade. Tive medo. Tive medo de enfrentar essa verdade, medo de enfrentar aquele olhar. Demasiado puro, demasiado poderoso. Não pude não ficar indiferente àquela presença, àquela força. Tão simples na realidade. Tão simples mas tão misterioso.

Quis abrir aquela alma, descobrir os caminhos mais intensos que haviam para ser descobertos.

 Quis sentir aquela força bem perto de mim. Aqui estou eu, paralisada. Tremo mas não me mexo. Fascinada mas não digo uma palavra.

É extasiante, asfixiante. Tão mágico, tão profundo. Não quero ir embora. Cheguei aqui, não quero partir para longe da tua alma que me aquece e me faz renascer a cada momento.


À noite

É à noite que eu espero que algo aconteça. À noite eu confesso o meu mais profundo segredo, o meu mais intimo desejo. É à noite que digo que gostava que aqui estivesses, corpo a corpo, lado a lado, beijo em beijo, amar a amar. O tempo, esse já foge por entre os lamentos e as palavras escritas nas folhas que guardo para te entregar. À noite meu amor, à noite é quando eu mais tento chegar a ti, chegar mais perto de nós.
À noite também é quando mais fico longe para que não possas ver, para que não possas sentir esta ânsia de te ter. À noite, fujo contigo em pensamento.É à noite que apelo o teu toque suave, o teu toque no meu corpo que deseja sentir a tua mão, que desvenda as verdades que ele conta. É à noite quando mais te quero junto a mim. É à noite quando estás mais longe daqui.


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Cilada

Preciso de ti, posso até precisar, mas ainda me lembro da última vez que te vi e da última vez que falámos. Sabia desde o inicio que não podia confiar em ti, mas estupidamente confiei. 
Perdi os meus sentidos para algo tão inconsciente que foi amar-te. Pior que tu, foi amar-te mais que o coração mas com alma. Isso é que continua a destroçar-me por dentro. Dei tanto de mim para um nada que tu sempre foste. Prometi cuidar de ti e dos teus como se fossem meus. Lembras-te? Dei o meu melhor em aceitar o teu passado e conviver com isso todos os dias. Falhei. Sim, falhei, mas não foi contigo. Foi comigo que eu falhei. Devia ter aguentado melhor as paredes que construí e não te ter deixado entrar. Entraste, sorriste e destruíste tudo o que havia em mim, foste embora e voltaste com um olhar triste, um aspecto de alguém que tinha sido deixado para trás, pediste desculpa por tudo e pediste para voltar e eu, sorri para ti, dei-te um abraço e deixei que entrasses de novo. Novamente, uma mentira, novamente me deixaste com a destruição toda para eu recuperar. Agora. Agora, partiste de vez e eu espero que nunca mais voltes, porque desta vez construí paredes bem altas que nunca mais serão derrubadas.